Certamente já ouviu falar de “dores de crescimento”. É uma queixa muito frequente em crianças e adolescentes, particularmente entre os 3 e os 12 anos, e sobretudo ao nível dos joelhos e pernas. Embora sem causas reais identificadas, e sendo passageira, esta condição pode ser bastante incómoda e não deve ser minimizada. Explicamos-lhe porquê.
Apesar de não existir consenso em relação às suas causas concretas, ninguém duvida da existência das denominadas “dores de crescimento”.
Associadas desde sempre aos “picos de crescimento” das crianças, períodos de rápido e acentuado desenvolvimento ósseo, a origem destas dores seria o estiramento forçado das estruturas adjacentes: músculos, tendões, nervos, etc… Contudo, diversos estudos têm vindo a contrariar esta teoria, uma vez que o crescimento ósseo é lento e gradual, e nunca tão súbito que justifique a existência de dor.
A corrente de pensamento mais actual atribui a causa das dores de crescimento à fadiga muscular, natural em dias de grande actividade física e esforço muscular. Isto porque as queixas surgem geralmente ao fim do dia ou à noite. Uma má postura corporal pode também contribuir para exacerbar estas dores. Factores emocionais poderão estar igualmente associados devido à carga menos positiva sofrida pela criança.
Mas então, o que são as dores de crescimento?
As chamadas dores de crescimento afectam cerca de 30% das crianças e jovens em desenvolvimento e fazem-se sentir com mais frequência em duas fases distintas: entre os três e os cinco anos e/ou entre os oito e os doze anos.
São dores bilaterais, sobretudo atrás dos joelhos ou na barriga das pernas – os “gémeos” – mas, em alguns casos, podem fazer-se sentir na bacia, nos ombros e nos braços, por exemplo.
Surgem ao fim do dia e podem prolongar-se pela noite dentro, manifestando-se até durante o sono e provocando o despertar da criança. Por norma, no dia seguinte, após uma noite de repouso, as dores desaparecem. Se isso não acontecer, está dado o primeiro sinal de alerta para se consultar um médico.
A intensidade e a frequência das dores de crescimento são ambas muito variáveis; enquanto a dor pode ir de leve a muito intensa, os episódios de dor podem ser regulares e durar de algumas horas a vários dias, ou estar semanas e meses a fio, sem ocorrer.
Na ausência de outros sintomas associados, as dores de crescimento não são uma condição grave mas uma fase “natural” e passageira.
Como se diagnosticam?
O diagnóstico concreto das dores de crescimento é feito por exclusão. Após um exame clínico, a eventual realização de exames complementares e depois de se afastar a hipótese de qualquer outra patologia ou disfunção musculoesquelética, a dor deverá estar relacionada com o crescimento da criança.
Há tratamento para as dores de crescimento?
Não sendo consideradas uma doença, não se pode falar de tratamento no sentido de cura. Mas é possível aliviar a dor, nomeadamente através de:
- Massagens localizadas
- Aplicação de calor (toalha quente, bolsa térmica)
- Alongamentos
- Mimos
- Analgésicos ou anti-inflamatórios leves, apropriados à idade (em episódios de dor mais intensa, sempre e só se prescritos pelo médico pediatra ou ortopedista)
A prática regular de exercício físico de baixo impacto, como natação, é muito benéfica no controlo deste tipo de dor, bem como alongamentos que promovem o fortalecimento muscular e a melhoria da postura corporal.
Sinais de alerta
Vale a pena salientar que, por poder ser confundida com outras doenças, em caso de dúvida, é fundamental que a criança seja devidamente avaliada por um ortopedista pediátrico.
Se a dor for acompanhada por algum dos seguintes sintomas, procure aconselhamento médico especializado:dor persistente que não desaparece após o descanso da noite
- dor após uma lesão
- vermelhidão intensa localizada e/ou edema numa articulação
- impossibilidade de apoiar a perna ou o pé no chão, originando coxear
- febre
- erupções cutâneas
- perda de apetite, fraqueza e falta de energia
- comportamento errático, estranho ou fora do habitual
Nas crianças e jovens, o olhar atento dos pais e educadores é essencial para excluir dor associada a desequilíbrios emocionais. Bem como para ajudar a identificar e eliminar as possíveis fontes de stress.
Já para as dores de crescimento, e todas as outras patologias músculo-esqueléticas, não há melhor do que o acompanhamento dedicado do pediatra ou ortopedista pediátrico. Na Clínica Lambert, é nos braços da Drª. Joana Ovídio, ortopedista infantil, que os mais pequenos encontram o carinho e a experiência, essenciais para fazerem o caminho da recuperação confiantes e sem mais percalços.
Em caso de dúvida, já sabe, mais vale contactar-nos.